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A IMPORTÂNCIA DO BATISMO PARA O NOVO CONVERTIDO


 O que é o batismo com água? Existem tantos conceitos sobre esta simples pergunta, que muitos poderiam até ficar embaraçados para dar a resposta mais acertada. Minha definição será assim: “O batismo com água é um ritual de purificação exterior que testemunha que a alma foi aspergida pelo sangue de Cristo, seu Salvador pessoal, a qual também recebeu o lavar regenerador e santificador do Espírito Santo, fazendo-a nascer de Deus e para Deus, mediante o orvalhar da Doutrina de Deus exarada nas Escrituras Sagradas”.

O batismo é um dos assuntos que mais levanta interesse na vida dos cristãos, tendo em vista que o próprio Jesus o recebeu, deixando exemplo para os seus seguidores, pois, “Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galileia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu. Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele.” (Mt 3:13-16).

Jesus mesmo batizou aqueles que se uniram a Ele, pois a Bíblia diz: “Depois disto, foi Jesus com seus discípulos para a terra da Judeia; ali permaneceu com eles e batizava” (Jo 3:22).

Jesus também ordenou que seus discípulos continuassem a prática do batismo até o fim do mundo. São estas as palavras dele a esse respeito: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19-20).

Jesus também reveste o batismo de uma autoridade toda especial no projeto da salvação do pecador ao afirmar: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Quer dizer: o batismo está ligado à salvação.

Todo crente verdadeiro deseja receber o batismo com água, porque este ato é como um selo, e um sinal visível da aliança de Deus com o pecador que se tornou crente. Veja o grande exemplo do alto oficial, eunuco da rainha Candace depois que ouviu a pregação do Evangelho pelo Diácono Filipe: “Eis aqui água; que impede que seja eu batizado?” (At 8.36).

O batismo funciona nas horas negras, quando a tentação, ou até mesmo o pecado ataca o crente, ele pode olhar os céus, contemplando Deus com os olhos da fé, e com lágrimas, pode exclamar: “Deus, meu Pai, eu recebi o batismo que ordenaste; eu cri na tua Palavra; e, Tu me garantiste a salvação, livra-me do mal e perdoa-me. Eu estou seguro nas tuas mãos por causa da aliança que fizeste comigo pela fé que depositei no teu santo evangelho e pelo santo batismo que recebi!

Então, vemos que, além de Jesus Cristo ter-se permitido batizar por João Batista, e ter ele mesmo batizado os seus seguidores, e ter ordenado que seus discípulos, como representantes da igreja, batizassem os crentes, ficamos convencidos da grande importância desse rito para igreja.
Os protestantes se digladiam muito com respeito ao modo, aos efeitos, aos receptores, etc., do rito batismal; enfim, cada um tem suas convicções, e principalmente com respeito ao modo da aplicação da água, se é por imersão ou aspersão.

O modo da aspersão, em tempos idos, era o mais adotado pelas igrejas, hoje, talvez, não seja mais, tendo em vista, o grande crescimento de relegiões de mistério, e todas elas utilizam o modo da imersão. Isto se faz por se tirar conclusões remissas do significado grego da palavra batizar, e por descrições de alguns lugares que foram utilizados para execução do batismo praticado por João, tais como o rio Jordão (Mt 3:13), as fontes de Enon, por haver muitas águas (Jo 3.23), a descida do eunuco e Filipe às águas (At 8:38), e a interpretação que se faz em Rm 6.4 com respeito à simbologia do batismo. Mas, tudo isto são tábuas soltas num rio agitado, que quem está se afogando, sem saber nadar, se apega com as mesmas, tentado dentro do próprio rio improvisar uma embarcação para se safar da fúria das águas.

Mas, será que existem evidências da prática do batismo por aspersão na Bíblia, na história do cristianismo e nos tratados teológicos, a ponto de firmar a nossa fé de que o seu exercício é ordenado e é recebido por Deus? Existe alguma diferença entre a palavra batismo e o rito do batismo? Como é vista a palavra batismo secularmente e biblicamente? Qual ou quais, os simbolismos trazidos pelo batismo no modo da aspersão? Qual o modo de batismo que melhor evidencia os símbolos da operação da salvação?

Estas e outras questões são motivos para qualquer crente sincero se preocupar, e procurar a realidade dos fatos para que não haja dúvidas que perturbem a sua mente; e, para que no momento em que se deparar com os opositores, não fique embaraçado e saiba dar respostas para os mesmos.
Sendo alvo desses dilemas corriqueiros que envolvem o assunto do batismo, procuramos desenvolver este trabalho expondo-o sobre dois principais pontos: o modo e os símbolos.

O assunto parece fácil; quando, porém, queremos entendê-lo, verificamos que há grande complexidade. A Bíblia é muito vasta com respeito ao assunto.
A recepção do batismo é um ato de fé. Nas Obras Selecionadas de Martinho Lutero, p. 79-80, narra um episódio estarrecedor sobre o batismo. Na sétima tese, diz ele: “Tão grande coisa é a palavra de Cristo e a fé nela. Pois lemos nas histórias dos mártires que certo comediante quis ser batizado por brincadeira, sim, para zombar do batismo; enquanto era batizado, se converteu, foi verdadeiramente batizado por seus companheiros pagãos e imediatamente por eles corado com o martírio.”

Não é em vão que a Bíblia diz que, “...há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4.5-6).

Portanto, mediante a importância do batismo, o cristão neófito não deve protelá-lo. Foi nestes termos que Ananias disse a Saulo de Tarso, que esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu, após o seu encontro Jesus Cristo (At 9.9): “E agora, por que te demoras? Levante-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele - de Jesus Cristo... a seguir (Paulo), levantou-se e foi batizado (At 22.16; 9:18)”.

Muito interessante é observarmos que Saulo de Tarso não passou seis meses sendo discipulado para primeiro receber o batismo. O homem que lhe foi enviado achou que três já era tempo demorado para o ato. Creio que um discipulado de seis meses, além de ser ineficiente  está fora das determinações de Cristo. Discipulado só termina quando chegarmos na eternidade. Jesus é nosso Mestre e somos eternos discípulos seus.  Até os grandes teólogos têm que continuar aprendendo.

Mas, quanto ao batismo de Paulo é importante observar alguns detalhes: o ato batismal aconteceu na casa de Judas, que residia em Damasco, na rua que se chamava Direita com a chegada de Ananias. Paulo só, e somente só, se alimentou e sentiu-se fortalecido após o batismo (At 9.19). Isso dar a entender claramente, que o seu batismo não foi por submersão nos rios de Damasco, mas, na casa de Judas e, portanto, por aspersão. Amém! Verdade! Verdade!

Depois voltaremos a falar mais sobre o assunto.
Pr. Luiz Dias da Silva

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