O batismo, sua forma, seus efeitos, quem é capaz de o
receber ou administrar, e o local onde pode ser administrado, sempre foram motivos de inquirições.
Grande controvérsia surgiu quando no século XVII, John
Smyth, um anglicano convertido à igreja dos Independentes em 1609, hoje, os Congregacionais,
se batizou a si próprio, e em seguida à igreja que pastoreava, por entender que
o batismo deveria ser administrado somente aos adultos crentes que professassem
a fé em Jesus Cristo, e não a infantes que nada entendem da fé. Isto aconteceu
porque ele foi batizado na infância, e a maioria da sua congregação, também; e,
em determinado tempo da sua vida passou a descrer e a pregar contra batismo infantil, como assim o faziam os anabatistas.
O modo do uso da água não causou nenhuma controvérsia
teológica, no caso do rebatismo de Smith, se é que se pode falar assim, pois
até aquela data, todos usavam o regar da água, seguindo o costume antiquíssimo do
rito, isto é, a aspersão ou afusão, apesar de Martinho Lutero, falar que que se deveria mergulhar três vezes a criança na água,
por causa do termo baptismós; João Calvino, afirmar
que imersão ou aspersão, não faz diferença nenhuma; e, Zuinglio defendia a administração da água, isto é, a aspersão ou afusão.
John Smyth, com seu grupo de seguidores, é visto na
história eclesiástica, como sendo o fundador da linhagem histórica dos Batistas.
O maior conflito não foi o rebatismo de Smyth na Holanda,
mas, a introdução da doutrina do batismo por imersão, na Inglaterra, por volta
de1640, por um pastor conhecido como Helwys, quando um grupo grande de crentes voltaram da Holanda, após a exclusão de John
Smyth, pelo fato do mesmo ter-se passado para a comunidade dos Menonitas em
1611.
Os Batistas surgem na trilha do rebatismo, da rejeição ao batismo por aspersão, e da administração do batismo por imersão. Este último ponto é o grande cavalo de batalha dos Batistas e de todas as outras comunidades que descendem deles, acrescida do motivo da nova dissensão.
Os Batistas surgem na trilha do rebatismo, da rejeição ao batismo por aspersão, e da administração do batismo por imersão. Este último ponto é o grande cavalo de batalha dos Batistas e de todas as outras comunidades que descendem deles, acrescida do motivo da nova dissensão.
Parece que hoje, em 2013, em virtude do relativismo reinante
e a presença do espírito ecumênico, o clima de conflito entre imersionistas e aspersionistas,
está mais moderado. Porém, em épocas anteriores, eu mesmo, no inicio da minha
fé, fui grandemente constrangido, por imersionistas. Para se ter uma ideia, e
aqui falamos para crentes hodiernos, havia até pastores aspersionistas que ao migrarem para alguma
comunidade imersionista, pelo progresso numérico que apresentavam, eram
pressionados, a se submeterem ao rebatismo, apostatando assim do seu primeiro
ato de fé, se é que realmente existia fé. Quer dizer, nós chamamos rebatismo,
mas, para os imersionistas, é simplesmente, batismo, pois o primeiro ato, é nada
mais, nada menos que coisa abominável.
As discriminações ainda continuam, porém de forma mais
branda. Os argumentos usados pelos imersionistas parecem ser irrefutáveis. Mas,
será que são mesmo? Será que o aspersionista, tanto o que batiza como o
batizando, não podem fortalecer suas convicções doutrinárias sobre o assunto
através de provas históricas, bíblicas e teológicas, que desnudem o modo mais
coerente do batismo, para não dizer, o único modo correto de batizar, que no nosso
entendimento, é o da aspersão?
Será que não dar para fazer uma amostragem de que o rito
do batismo não é algo novo, como muitos pregam, tendo surgido apenas com os judeus
proselitistas, com João Batista, conforme afirmam os praticantes da imersão,
ignorando, com este pensamento, o Antigo Testamento, os costumes do povo judeu,
a própria religião, e a riqueza lingüística que envolve a própria palavra baptismos
e seus derivados?
Será que não dar para mostrar que no judaísmo, a religião
instituída pelo próprio Deus, como sombra das coisas que haveriam de vir, os
batismos, que se chamavam purificações, estavam presentes na maioria das
cerimônias, e estas eram por aspersão e não por imersão?
Será que não se percebe que existem muitas doutrinas,
entre elas, a do batismo por imersão, que são como dizia, o saudoso Pr.
Severino Tavares da Silva, “Tábuas soltas
num rio agitado”, ou seja, colcha de retalhos de pedaços de panos
diferentes?=
Queremos dizer, de imediato, que a aspersão tem bases
sólidas na Bíblia, na história, na cultura judaica; que a palavra baptismós e seus derivados, quando em
uso comum, assumem modos diferentes para resultado único; que nem mesmo, a
palavra imersão, aparece na Bíblia; que os símbolos do rito batismal por
aspersão são condizentes com o modo da água ser aplicada e com a mensagem
teologal a ser absorvida; e, que o baptismós,
ou seja, as abluções bíblicas são
efetuadas pelo modo de rantismos, ou
seja, administrando a água para lavar, purificar, molhar, etc.
Queremos voltar a falar mais sobre este assunto com mais
profundidade, por amor de muitos irmãos que sofrem humilhações, por serem
batizados por aspersão, sendo achincalhados de “Mal lavados”, “Católicos mansos”,
“Filhos e netos da Grande Meretriz”, etc. Só faltam chamar de “Primos nojentos”. E quem sabe se não chamam!
"Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação, ou sombra de mudança." (Tg 1.17).
Este assunto não encerra por aqui, pois isto é apenas um
resumo.
Autor: Luiz Dias
Fontes: Batismo Com a Palavra, a Bíblia – Paulo Raposo
Correia; Congregacionalismo Brasileiro – M. Porto
Filho; Martinho Lutero –Obras Selecionadas; As Institutas – João Calvino – Quarto livro
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