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Art. 9º - Da Imortalidade da Alma

A alma (Dt 6.5; Mt 26.38; Mt 16.26; Lc 1.46-47; Jo 12.27;-- 1 Co 5.5; 1 Ts 5.23; Hb 4.12) humana não acaba quando o corpo morre. Destinada por seu Criador a uma existência perpétua (Gn 35.18; 49.33; 1 Rs 17.21; Sl 16.10; 31.5; 49.15; Ec 3.11; 12.7; Mt 10.28; 22.32; Lc 16.22; 23.43,46; At 7.59; 2 Co 5.3,4,8; 2 Tm 1.10; Ap 14.10-11), continua capaz de pensar, desejar, lembrar-se do passado (Lc 16.23,25; Ap 6.9-11) e gozar da mais perfeita paz e regozijo (Fp 1.23); e também de temer o futuro, sentir remorso e horror e sofrer agonias tais, que mais quereria acabar do que continuar a existir (Lc 16.26);  o pecado da rebelião contra o seu Criador, merece para sempre esta miséria, que é chamada por Deus de segunda morte (Ap 14.9-11; 20.15; 21:8).


            Este artigo fala da existência da alma, sua consciência e imortalidade; do estado da alma, do salvo e do perdido, após a morte; e, mostra o que seja a Segunda morte.

            O Homem tem uma alma (espírito): Vimos no Artigo 6º que o ser humano é constituído por dois elementos: (1) O material ou corpo físico que é composto de matérias terrestres; (2) E o espiritual, que é a alma ou espírito. Os materialistas discordam desta composição. Porém, discordar disto, é o mesmo que discordar do relato das Escrituras, que diz: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Gn 1:26). Ora, se o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, onde reside a semelhança: no corpo ou no espírito? Claro que é no espírito, pois, “Deus é espírito.” (Jo 4:24). Como o homem refletiria a semelhança de Deus, se não tivesse o espírito? Logo, a conclusão teológica é que o homem tem um espírito, porque,  “...o corpo sem espírito é morto.” (Tg 2:26). Esta é exatamente a parte onde está localizada a consciência do homem. 
        
Sem alma, o ser humano não teria consciência. Não teria possibilidade de amar Deus, como exige o mandamento: “Amarás, pois o SENHOR, teu Deus,  de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.”(Dt 6:5). 

O homem toma consciência da tristeza por meio da alma: “Então lhes disse (Jesus): A minha alma está profundamente triste até à morte.” (Mt 26:38). Logo, não tem cabimento, alguém dizer que a alma não é consciente. O fato de percebermos esta composição, não significa que o homem possa ser esmiuçado, pois o homem é um ser completo em si mesmo; não foi feito por um processo mecânico; ou seja: corpo, depois, de algum tempo, colocou o espírito, e o homem passou a ser alma vivente. Quando Deus formou o corpo, simultaneamente, também lhe deu espírito: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida.” (Jó 33:4).  Tudo que acontece com o homem, seja no corpo, ou na alma, acontece com o homem; não com uma parte dele, como se houvesse um paralelismo. A alma é a própria vida do corpo; é  a essência do ser.

     A Alma Não acaba quando o corpo morre, pois é Destinada pelo Criador a uma existência perpétua: O corpo, após o pecado, recebeu a seguinte sentença: “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado: porque tu és pó e ao pó tornarás.”(Gn 3:19). Porém, a morte espiritual, já havia ocorrido com o homem, mesmo antes desta sentença, pois Deus já havia dito: “porque, no ida em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2:17). Portanto, no dia da desobediência “Abriram-se, então, os olhos de ambos: e, percebendo que estavam nus coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si”. (Gn 3:7). Esta nudez em que o casal se achou, é exatamente a morte espiritual em que todo ser humano se encontra, apesar de está vivo na carne, a qual descerá ao pó, depois. Esta situação só mudará quando o pecador se reconcilia com Deus. por isto, disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5:24). A morte física, não representa aniquilamento do espírito, mas, separação da glória de Deus. Após o pecado, o homem continuou, fisicamente, do mesmo jeito. Satanás enganou a mulher: Deus falara de um tipo de morte, a espiritual;  Satanás, de outra, a física. Inclusive, para os animais, esta condição já existia, pois, a morte física é lei da matéria organizada. O corpo físico, portanto, se decompõe; mas, o espírito, não. O espírito é indissolúvel, portanto, imortal; não é como o corpo material que é composto de partes, e que vão se estragando com o passar dos tempos. Há daqueles que afirmam que a imortalidade da alma é doutrina errada. A favor de suas idéias citam 1 Tm 6:15-16, onde mostra que somente Deus possui imortalidade. Só que a palavra  “imortalidade” tem vários sentidos, tais como:

1º.              No sentido absoluto da palavra, só Deus a possui: “...bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores: o único que possui imortalidade...”(1 Tm 6:15-16). Imortalidade, portanto é um atributo de Deus.
2º.             Em sentido Geral, os anjos também são imortais, pois até agora, não ouviu-se falar que algum anjo tenha morrido. podemos dizer, então,  que os anjos são imortais. Só que isto é uma imortalidade atribuída por quem a possui, que é o próprio Deus. Se por acaso, Ele quiser destruir um anjo, Ele pode fazê-lo; e, neste caso, acaba-se a imortalidade do anjo.
3º.              No sentido de uma existência continuada ou sem fim, também é atribuída a todos os espíritos. Como o homem tem espírito, está incluso nesta parte. Portanto, o corpo do homem se dissolve, mas o espírito, não.
4º.              No sentido teológico, designa o estado do homem onde ele está livre da semente da decadência e da morte, como o era no princípio da criação; e o será na regeneração, quando, não somente será preservado o espírito, mas também, o corpo, o qual também se revestirá de uma composição diferente, até mesmo daquela do princípio original. Isto é, o corpo da ressurreição, será melhor do que aquele de foi feito no início. Como vemos, a palavra “imortal” tem vários aspectos, bem como a palavra morte, e vida. Se não soubermos examinar cada cousa, iremos mistura-las.

Cremos na imortalidade da alma, porque “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo: também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.” (Ec 3:11). Coração, mente, espirito, alma, não são coisa materiais, e, sim, espirituais. Eternidade e imortalidade são palavras sinônimas também. Ora, dizer que Deus pôs a eternidade no coração do homem, é o mesmo que dizer que Deus pôs a imortalidade na alma do homem. Portanto, tem razão o ser humano, seja cristão, judeu ou pagão, pensar que sua alma é imortal. E não há nenhum erro em se pensar assim, pois isto é crença inata da natureza humana. O contrário, é que está errado. Crer e ensinar que o homem não tem alma, é doutrina de demônio e, Deus me livre dela. Mas, o que será que acontece com esta alma depois da morte?

            A alma depois da morte continua consciente: Se o espírito não se dissolve não fica velho; não tem idade; o que acontece na morte de alguém? A Bíblia responde: “...o espírito vai para Deus que o deu”(Ec 12:7). Um dos exemplos que podemos citar é o de Jacó: “Tendo Jacó acabado de dar determinações a seus filhos, recolheu os pés na cama, e expirou, e foi reunido ao seu povo.” (Gn 49:33). Em que estado foi ele reunido ao seu povo: físico ou espiritual? Claro que é espiritual. Quem garante que Jacó está vivo, é o próprio Cristo Jesus. Ele disse para os saduceus, religiosos que não criam que o homem tem espírito, que “Ele  (Deus) não é Deus de mortos e sim de vivos.” (Mt 22:32). Que o espírito do homem vai para Deus, não temos dúvida; agora, o que acontece com este espírito?

Aqui jaz os restos mortais de ... onde está a outra parte?
Os Justos são capazes de gozar a mais perfeita paz e regozijo: Na morte do justo o seu corpo vai para o pó (Ec 12:7), mas, o seu espírito fica no paraíso: “Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão.” (Lc 16:22). O ladrão arrependido ao lado de Jesus na cruz goza desta bem-aventurança: “Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc 23:43). Estevão, antes de morrer, viu a glória de Deus, e desejou ir para lá: “E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7:59). Notemos que Estevão não disse “recebe o meu corpo; mas, recebe o meu espírito”. Na realidade o crente dorme no Senhor; em sua companhia: “Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.” (1 Ts 4:14).  O crente na sua morte, parte para está com Cristo: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” (Fp 1:23). Para o crente, Jesus destruiu a morte; trouxe a vida e a imortalidade até mesmo para o corpo: “...e manifestada, agora, pelo aparecimento do nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só dstruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho.” (2 Tm 1:10). O justo, já aprendemos, que, após a morte,  é consciente; agora, o que acontece com os ímpios?
Os ímpios também são capazes de:
a)             Pensar: “levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.” (Lc 16:23).
b)             Desejar: “Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim.” (Lc 16:24).
c)             Lembrar-se do passado: “Disse, porém, Abraão: Filho lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males.” (Lc 16:25)
d)           Temer o futuro, sentir remoço e horror e sofrer agonias tais que mais quereria acabar do que continuar a existir.: “No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.” (Lc 16:23).  Os perdidos estão em tormentos, clamando dia e noite, com desejo de serem aliviados; mas, o que ressoa para eles é: “E, além de tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.”( Lc 16:26). E a expectativa é a do juízo final:  “E será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobre pelos séculos dos séculos, e não têm descaso algum, nem de dia nem de noite.” (Ap 14:10:11). "O pecador pela rebelião contra o seu Criador merece para sempre esta miséria que é chama-se por Deus de a segunda morte.” Morte aqui, não se trata de aniquilamento, mas de separação definitiva da presença de Deus. Esta morte acontecerá com o homem depois do Juízo Final: “E, se alguém não foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.” (Ap 20:15). Também o diabo sofrerá esta morte, haja vista, que ele é espírito: “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontra não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.” (Ap 20:10). Os condenados serão atormentados não somente uma hora, mas, de dia e de noite pelos séculos dos séculos.

II IGREJA EVANGÉLICA CONGREGACIONAL DE GUARABIRA
Av. Argentina, 275 – Bairro das Nações – Guarabira/PB  CEP 58 200 000



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