Pular para o conteúdo principal

Da Ressurreição para Vida ou para a Condenação


"Vem a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e ressuscitarão (Jo 5:28-29). Os mortos em Cristo ressurgirão primeiro (1 Co 15:22-23; 1 Ts 4:13-16); os crentes que nesse tempo estiverem vivos, serão mudados (1 Co 15:51-52), e sendo arrebatados estarão para sempre com o Senhor (1 Ts 4:16). Os outros também ressuscitarão, mas para a condenação (Jo 5:29)." 
Artigo 28 da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo

O que é a ressurreição

A morte entrou no mundo por causa do pecado (Rm 5.12; 6.23). O ser humano, porém, luta com todas as forças para não morrer; essa é a batalha diária de todo o mundo. Portanto, não morrer é o sonho de todos.

Satanás disse a Deus a respeito da vida humana: “Pele por pele, e tudo quando o homem tem dará pela sua vida” (Jó 2.4). Por isso, quando alguém está doente, investe-se tudo em tudo para que o enfermo não morra. A luta existe, até para se prolongar alguns dias, mesmo que seja uma vida vegetativa. 

Deus prometeu a continuidade da vida a nossos primeiros pais, na condição de que eles deveriam obedecê-lo; e, ameaçou-os de morte, se comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.15-17). Porém, Satanás os enganou dizendo que eles viveriam mesmo se desobedecessem ao Senhor Deus (Gn 3.4). Sabemos dos resultados a curto e longo prazo: morte espiritual imediata; e, morte biológica, tardia, mas, certa (Gn 3.7; Jo 5.25; Gn 3.19). 

Afinal, Deus proibiu ao homem o comer da árvore da vida, para não viver eternamente de forma miserável, isto é, em sofrimento eterno aqui nesta terra (Gn 3.22). 

O medo de morrer e a vontade de viver nunca saíram do pensamento humano. Um biogerontologista inglês, Aubrey de Grey  acha que a velhice pode ser controlada de tal modo que a vida do homem pode ser prolongada para que o mesmo viva até 1000 anos. Para estimular as pesquisas sobre a longevidade, De Grey criou há alguns anos a Fundação Matusalém, cuja principal atividade é promover um concurso para premiar a equipe de cientistas que conseguir prolongar por mais tempo a vida de um Mus musculus, uma espécie de camundongo comumente utilizada em experiências em laboratório. Ele acredita que isso pode ser aplicado aos seres humanos. Para fugir da realidade da morte, a ciência tenta prolongar a vida através de vários mecanismos, negando, entretanto o Criador, a vida após a morte, e conseqüente, a ressurreição dos mortos. 

Certas religiões pregam a reencarnação; mas, o cristão  acredita no Estado Intermediário, que é o estado e lugar em que os mortos entram após a morte aguardando daí em diante a ressurreição da carne. Então crê, como diz o Credo Apostólico, na ressurreição da carne. 

A Ressurreição de Lázaro, foi temporal.
Muitos, não acreditam que haja ressurreição de mortos já nos dias de Jesus (Mt 22.23), nos dias dos apóstolos entre os pagãos gregos (At 17.32) e entre alguns crentes (Co 15:12); outros afirmavam que a ressurreição era coisa do passado e pervertiam a fé de muitos (2 Tm 2.18). Os seguidores da doutrina de um grande herege do II século, chamado Marcião, criam na salvação apenas do espírito, mas, não ressurreição da carne.

A Bíblia é clara à cerca da ressurreição. Ressuscitar, então, significa voltar a viver no mesmo corpo. Várias ressurreições já aconteceram, como por exemplo, a de Lázaro, amigo de Jesus Cristo, o qual foi por ele mesmo ressuscitado (Jo 11). Essa ressurreição, porém, foi temporal; o corpo voltou à vida com as mesmas propriedades e, algum tempo depois, morreu. 

Ressurreição de Jesus
A ressurreição almejada por todo cristão, é a do último Dia.

Vemos o grande exemplo dela em Jesus Cristo (Lc 24:39; Jo 20:1-18). Ele voltou à vida no mesmo corpo, porém, com propriedades diferentes: corpo natural semeado; corpo espiritual ressuscitado (1 Co 15.44). 

O livro do profeta Daniel registra que muitos que dormem no pó da terra ressuscitarão (Dn 12:2): Isaías fala que o seu cadáver viverá e ressuscitará do pó e que a terra dará à luz os seus mortos (Is 16:19); Jó acreditava que seu Redentor se levantaria da terra, depois o seu corpo também se revestira de pele e possibilitaria ver a Deus em sua própria carne (Jó 19:25-27).

A ressurreição dos mortos, ou ressurreição da carne, é o alvo central da pregação do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele mesmo diz que veio para trazer vida com abundância (Jo 10:10). Esta vida abundante se concretizará na regeneração de todas as coisas, por ocasião da Vinda do Senhor (Mt 19.28). 

É na ressurreição dos justos que o crente receberá a sua recompensa (Lc 14.14). O crente deve se esforçar para de qualquer modo alcançar a ressurreição dentre os mortos (Fp 3.10, 11).

O apóstolo Paulo nos informa que nossa esperança não deve se limitar apenas as coisas desta vida, mas na vida porvir, a qual se inicia com a morte do crente e culminará com a sua ressurreição, onde se receberá o corpo glorificado, imortal e incorruptivel  (1 Co 15:54).

A ressurreição será tanto para justos como para ímpios (At 24:14-15; Jo 5.29)

A qualidade da ressurreição


Ressurreição para a vida

O homem, mesmo religioso,
sem o novo nascimento,
está morto.
necessita ressuscitar espiritualmente,
 antes da morte física.
Jesus venceu a morte e trouxe o perdão para os pecados, reconciliando o homem com Deus para que o mesmo viva tanto no espírito, como também no corpo. A expiação da culpa dos pecados feita por Jesus, na sua morte e ressurreição  possibilita a vida eterna a quem O aceitar como Salvador pessoal (1 Co 15:3-4, 22-23).

Quando aceitamos a Cristo, ocorre conosco a ressurreição espiritual (Jo 3.6; 5.24; Ef 2.1,5,6; 2 Co 5.7). Talvez seja dessa ressurreição que Apocalipse 20.6 esteja falando.

Na ressurreição da carne do crente, o corpo será glorioso, ou seja, semelhante ao de Cristo (1 Jo 3:2). O corpo será reconhecível (Lc 24:31), porém livre de limitações terrenas e materiais, tais como impermeabilidade (Jo 20:19), imutabilidade (Jo 20:14-15) e a barreira do tempo (crono) (Lc 24:31). É um corpo de carne e ossos, porém espiritual (Lc 24:39). 


Ressurreição para a condenação

Os ímpios também ressuscitarão, só que será para uma vida de sofrimentos eternos, banidos da glória do Senhor e da face do seu poder. Eles sentirão remorsos, horrores e agonias tais que mais gostariam de morrer, do que continuar a existir (Mt 25.41; 2 Ts 2.9).  

Após a ressurreição dos ímpios, os seus corpos, não serão exterminados, como alguns pensam, pois o sofrimento não será temporário, mas, eterno, vergonhoso e horroroso (Dn 12:2). Eles serão banidos da presença da Deus (2 Ts 1:9), por não se acharem seus nomes escritos no Livro da Vida (Ap 20:15). Eles irão para o lago que arde com fogo e enxofre, com corpo e tudo, o que será um verdeiro inferno (Ap 21:8; Mt 5:29-30). Este lugar é o mesmo, onde Satanás e seus anjos serão lançados no dia final (Mt 25:41; Ap 20:10). Lá já se encontram falanges de demônios aprisionados em algemas eternas para o Juízo do Grande Dia (Jd 6), talvez, uma alusão à prisão do dragão em Ap 20.1-3, o qual será solto para a grande grande batalha final (Ap 20.7-10).

O tempo da ressurreição dos mortos 


O Dia da Ressurreição
No último dia, afirma Jesus em Jo 6.39, 40. Esta expressão, às vezes,  para alguns, gera os seguintes pensamentos:

Um dia literal, como está escrito, no final de tudo que se realizará na história desse mundo. Neste caso temos duas explicações:

Primeira: O amilenista afirma que Jesus Cristo começou seu reino desde o momento que subiu ao céu onde está assentado à Destra do Todo-Poderoso, de onde reina, e reinará até o Dia de Sua volta para julgar seus inimigos, dar o galardão aos seus santos, entregar o Reino ao Deus e Pai, e estabelecer o novo céu e nova terra.

Por este prisma, entende-se que o Reino Milenário já está acontecendo. Cristo reina com a Igreja no tempo presente. A Igreja se submete a Ele, e os ímpios se rebelam contra, como Atos 4.23-31 interpreta o Salmo 2º.

Esse pensamento chama-se Amilenismo, pelo fato de seus seguidores não crerem que os mil anos de Apocalipse 20 sejam literais, mas, sim, simbólicos; que a primeira ressurreição, seja o novo nascimento e o reinado das almas dos santos que estão no céu com Cristo, representadas nos 24 anciãos que estão ao redor do trono de Deus mostradas a João como está em Ap 4; que a prisão de Satanás seja a incapacidade das forças das trevas de impedir o avanço da igreja; que o sacerdócio dos crentes acontece no ano aceitável do Senhor, ou seja, na presente dispensação; e que o reinado dos crentes com Cristo é agora com a igreja que está na terra e no céu. 

Segundo: Ponto de vista do Pos-milenista, o qual acredita que os mil anos serão literais, porém, a forma de Jesus Cristo reinar será espiritual, com Igreja, promovendo grande mudança na sociedade, de sorte que todo espaço político será ocupado pelo povo crente. Esse reino milenário de Cristo poderá começar a qualquer momento, como numa mudança de época.

Neste caso o sinal de que Cristo está reinando é o grande avanço da Igreja, aponto dela dominar todas as camadas da sociedade, pelo fato de a maioria dos moradores da terra se converterem ao Evangelho. Por causa disto, a morte será praticamente varrida da face da terra; o perversidade, a violência, a imoralidade, a idolatria e seus feitiços não existirão, a corrupção desaparecerá, etc.

Mas, por causa das conversões em massa, a terra começará a ser próxima e abençoada como nunca, desde que entrou o pecado no mundo. Nesse tempo, o pecado e a morte serão quase que banidos da terra, a idade dos habitantes da terra poderá chegar à longevidade das árvores.

No final deste Reino Milenar Cristo voltará para ressuscitar os mortos, separando-os dos condenados vivos e mortos;  derrotará as forças do mal, as quais aparecerão no fim do Milênio com a soltura de Satanás que havia sido preso no começo do Milênio; o Juízo do Trono Branco acontecerá e Novos Céus e Nova Terra, serão estabelecidos.

De fato, o Evangelho vem avançando e não tem quem o detenha; nem os poderes do inferno podem deter o avanço da Igreja. Porém, quando o Filho do homem voltar pela segunda vez achará fé na terra? Essa é uma pergunta feita pelo Senhor Jesus, com tom afirmação.

Tanto para o Amilenista, como para o Pós-Milenista, a ressurreição dos salvos e dos perdidos se realizarão no mesmo dia, conforme Jo 6.39-40 e outros textos correlatos.

Um dia escatológico onde um dia é como mil anos e  mil anos como dia:

esse ponto de vista defende que no Dia da Vinda de Cristo, haverá a ressurreição apenas dos santos, o restante dos mortos não ressuscitará logo; Cristo prende as forças do mal; Cristo estabelece seu Reino aqui na terra de forma totalmente literal e visível, com os seus santos no comando, reinando sobre alguns povos que, apesar de não terem se convertidos a Cristo, porque não eram eleitos, não se aliaram com as forças das trevas, e não receberam a marca da besta na fronte ou na mão, por isso, reinarão com Cristo os mil anos.

No final deste período os mortos condenados ressuscitam, Satanás é solto da sua prisão, seduz os ressuscitados e os habitantes vivos da terra, que apesar de terem reinado com Cristo, não se conformam com o seu reino e seguem as propostas do maligno para tomarem de Cristo e seus santos e seu domínio; desce então, fogo do céu contra os adversários, e Cristo os julga e os lançam no lago que arde com fogo e enxofre; cria novos céus e nova terra e estabelece o Reino Eterno sob o comando de Deus Pai.

Nesta fé, a ressurreição dos santos estará separada por um espaço de tempo de 1000 anos da ressurreição dos condenados.

Esse ponto de vista chama-se Pré-milenismo, que pode ser: pré-tribulacionista e mide-tribulacionista, em que Jesus Cristo voltará três vezes; e, pós-tribulacionista ou pré-milenista histórico, onde Cristo voltará duas vezes.

O comando da ressurreição dos mortos (Jo 5.28-29)
A ressurreição dos mortos, segundo Jesus, será pela autoridade da sua voz (Jo 5:21, 28-29; 1 Co 6.14).

A ressurreição e transformação e o traslado.

a. A ordem da ressurreição (1 Co 15.22-23) é dada é os mortos em Cr


isto ressuscitarão primeiro, isto é, antes dos crentes vivos serem transformados (1 Ts 4.16). Na transformação dos crentes vivos (1 Ts 4.17), eles serão mudados; ocorrerá uma transformação.  Não morrerão (1 Co 15:51-52). Eles serão transformados em corpos espirituais e gloriosos, e sendo arrebatados juntamente com ressuscitados, estarão para sempre com o Senhor (Mt 24:31; 1 Ts 4:17; 1 Co 15:52).

Pr. Luiz Dias - Fone: (83)8810-5163/9162-0019/3271-1394
E-mail:   iicongregacionalgba@hotmail.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BATISMO ENTRE OS JUDEUS

No Antigo Testamento, ou melhor, na Antiga Aliança, o batismo não era algo desconhecido para os judeus.  Sacerdotes e levitas, perguntaram a João Batista por que ele batizava (Jo 1:25). Por quê perguntaram? Porque isto não era trabalho do profeta. Reconheceram o rito que João estava praticando, só não entenderam o porquê do mesmo está batizando, tendo em vista que esse não era comum aos profetas. Caso João Batista estivesse praticando um rito estranho, diferente do habitual, certamente, teriam questionado acerca dele.  Aquelas classes religiosas conheciam muito bem as diversas abluções que haviam sido instituídas pelo ministério de Moisés. Batismo nas Leis Cerimoniais Davis,  em seu Dicionário  da Bíblia (1990, p. 74), falando sobre os batismos das Leis cerimoniais da Antiga Aliança, diz: “ O rito de lavar com água simbolizando a purificação religiosa, ou consagração a Deus, era usado pelos israelitas com muita frequência, conforme as prescrições le...

BATISMO DOS PROSÉLITOS DO JUDAÍSMO PODE SERVIR DE BASE PARA O BATISMO CRISTÃO?

O proselitismo judaico foi um movimento que surgiu para arrebanhar os gentios para a religião judaica. Era um trabalho feito com muita dedicação, pois eles iam longe para fazer um prosélito. Porém, Jesus falou que tudo aquilo, era feito com hipocrisia, e resultava não em salvação, mas em condenação dupla; por isso sentenciou:  “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós”   - Mt 23:15. Bukland (1981, p. 62, 63), explicando o que é um Prosélito, diz:  “PROSÉLITO.   Um estrangeiro.   Era o nome que os judeus davam àqueles que não eram judeus por nascimento, mas que vinham viver no seu país, colocando-se sob a proteção do Senhor; e também eram chamados prosélitos os que abraçavam a religião judaica noutras terras. No N. T. algumas vezes se lhes dá o nome de prosélitos, e outras vezes o de ‘piedosos, tementes a Deus’ - At 2:11; 10:...

O DÍZIMO É PARA O PASTOR OU PARA A IGREJA?

Pastor protestante de verdade, de uma igreja protestante de verdade, não é a igreja, e nem a igreja é o pastor. Ele é um membro da igreja como qualquer outro membro, apenas exerce uma função sacerdotal que exige mais responsabilidades que os demais membros da igreja.  O dízimo, ou qualquer outra nomenclatura que se queira dar às oferendas que os membros de uma igreja, voluntariamente lhe entregam, não são para o pastor, mas, para a igreja administra-los em favor do serviço missionário. O pastor é digno da sua manutenção, como diz a Bíblia. No entanto, essa manutenção não arbitrária, mas, decidida em assembléia pelos próprios membros. Se existem "pastores" que embolsam o dinheiro da igreja, deve ser ladrão igual a Judas Iscariotes, e não um servo de Jesus Cristo. Uma igreja protestante de verdade, tem uma administração montada pelos próprios membros que elege seu tesoureiro, o qual é fiscalizado, não só pelos administradores, mas, também, pelos próprios membros da igr...