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“Portanto, vós orareis assim” (Mt 6.9)

A falta de exercício físico atrofia o corpo humano; a falta da piedade (exercício da fé) atrofia o espírito.

A Bíblia, praticamente, é um livro de orações. Estas orações se revelam em formas variadas, tais como: súplicas (Gn 25.21; 1 Rs 8.54); ações de graças (II Sm 7.27);  clamores por causa dos inimigos (Sl 3); confissões (Lm 3.40-51); devocionais (Mt 6.9.18); etc.

A ordem é para que o crente ore sem cessar (1 Ts 5.17). Como cumprir esse mandamento? Existem várias maneiras de obedecermos a essa ordem tão importante. Quem ama a oração não colocará barreiras para esse exercício. Observe alguns que amam a oração e demonstram esse amor, utilizando sinais externos, tais como: Fiéis católicos, fazendo uma caminhada, na praça, orando o rosário; os mulsumanos, que oram todo dia, respeitando os seguintes horários: 5:00, 12:30, 16,30, 18:30: 20:00h; os fiéis do judaísmo, que desde a antiguidade, são tidos como aqueles que fazem longas orações (Mt 23.14);  e, entre os evangélicos existem muitos exemplos de tantos que oram um pouco mais que outros, tanto coletivamente, como individualmente. 

Esses exemplos citados de intenças orações não quer dizer que as mesmas estejam corretas diante de Deus, pois, a Bíblia, além de nos ensinar a orar, também alerta contra vãs orações.

O fato, é que podemos orar em pensamento, como foi caso de Eliézer, mordomo de Abraão quando foi buscar a noiva para Isaque (Gn 24.12-21). Até no ventre de um peixe, o profeta Jonas orou (Jn 2.1). Rei Josafá, diante de um perigo de morte, montado em um carro de guerra, orou em plena batalha, e foi ouvido (2 Cr 18.30-32). Jesus nos ensinou a orar em nosso quarto, de forma secreta e particular  (Mt 6.6). A Bíblia nos mostra que devemos orar nas reuniões da igreja (At 4.23-31). O santo apóstolo Paulo, nos ordena orar em qualquer lugar, levantando mãos santas (1 Tm 2.8).

Não podemos nos alimentar da esperança de que qualquer tipo de oração, Deus recebe; determinadas orações, pode gerar até um prazer mental, mas, não se constituirá em adoração, pois não está de acordo com as determinações divina (Jo 4. 23-24), e tudo será um exercício abominável, como o foi o de Caim (Gn 4.5), e de outros mais.

Nas orações, não podemos invocar anjos (Ap 19.10), nem santos (At 10.25-26), nem outro deus além de o Eu Sou (Ex 20.3; Mt 4.8-10); assim, como não devemos usar objetos materiais para representar a divindade (Ex 20.4-6), ou tê-los como mediação entre nós e Deus (At 15.20; Rm 1.23-25; 1 Co 12.2; 2 Co 6.16).  Também devemos ter o cuidado de não invocar o Senhor em vão (Ex 20.7). Outra coisa: não se deve usar repetições metódicas, pois é sinal de paganismo e incredulidade (Mt 6.7).

As orações a Deus devem ser com fé e com uma vida de obediência à Palavra de Deus, pois sem essas coisas, a oração se torna abominável para Deus (Hb 11.6; Pv 28.9).

Como devemos, então, orar? As orações devem ser dirigidas a Deus Pai, pela mediação de Jesus Cristo, homem (Jo 14.13-14, 16; Ef 2.18; 2 Tm 2.5; Hb 10.19-22). Também pode ser dirigida ao próprio Cristo (Lc 23.42; Jo 14.14; At 7.59). O Espírito Santo, orientará as orações, pois não sabemos bem como orar (Rm 8.26-27; 1 Ts 3.5).

A Bíblia tem muitas orações que podem servir de modelos para o crente orar. Assim, podemos orar como os apóstolos, dirigindo-se a Deus Pai: “...Tu, Senhor que conhece os corações de todos...” (At 1.24);  ou como a igreja, no princípio: “Tu, Soberano Senhor que fizestes o céu, a terra, o mar e tudo que neles há...” (At 4.24). Devemos invocar o nome de Jesus, como Pedro, na cura do coxo: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda...” (At 3.6); ou como Paulo, que pediu três vezes ao Senhor por uma libertação (2 Co 12.8).

Rogamos ao Senhor nosso Deus, em nome de Jesus Cristo, que estas poucas linhas sejam usadas pelo Espírito Santo para nos despertar a um relacionamento de amor e fé para com o nosso Deus, nas orações a Ele dirigidas por mim e por você. Amém!!  

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