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As Três Faces do Amor


 O amor é uma forte afeição por alguém ou por algo. Há quem diga que amor não é sentimento. Discordo! É um sentimento sim. Agora, esse sentimento pode ser inibido, retraído, expandido e/ou aplicado à vida comum.

É impossível amar sem sentir. Se alguém diz que ama e não sente, pode está acontecendo os seguintes fatores: 1º) o amor que tal pessoa afirma ter deve estar frio ou mórbido; 2º) quem pratica algum bem, sem sentimento amoroso, deve estar sendo forçado a isto, ou agindo por interesse próprio. Neste aspecto, têm-se muitas coisas boas que são praticadas sem, no entanto, serem acompanhadas do amor! Exemplos: pratica-se sexo sem amor; faz-se gestos de caridade de maneira fria ou formal; casais convivem juntos desejando que o cônjuge morra; faz-se parte de religiões sem amar os seus deuses, seus confrades, suas instituições e os objetivos das mesmas. Enfim, faz-se muitas coisas nesta vida, simplesmente, por necessidades, ou para dá-se satisfação à sociedade. Por quê? Porque falta o sentimento do amor. Nestes casos, o “amor” é apenas um apelido. Lembremo-nos que obrigaram um cirineu, chamado Simão, a carregar a cruz de Jesus (Mt 27.32).  Será que ele fez aquilo por amor? Quem pratica amor sem sentimento passa por angustias, constrangimentos, e até mesmo chega a arrepender-se dos bons atos. Já pensou alguém dar uma esmola forçado por circunstâncias? Acontece ou não? 

O amor tem três aspectos
Imagem coletada do site Esboçando Ideias 
Primeiro, o amor ágape. Este é o aspecto do amor incondicional e sem interesse próprio. Ele é expresso no amor de Deus por nós, que é tão extraordinário que não somente dar a vida, mas, providencia os meios de subsistência, e, ainda envia o Filho Unigênito para salvar os pecadores que nele crer (Jo 3.16); é o amor que está acima da espiritualidade, do exercício dos ministérios, da prática das obras de caridade e, dos próprios sacrifícios (1 Co 13.1-8); é o amor que imita a Cristo (Ef 5.25).

Segundo, o amor fraternal ou cordial. Cordial refere-se ao coração. Podemos dizer que esse aspecto amor é de coração para coração. Ele requer reciprocidade para se manter. Um outro nome para este aspecto do amor é o amor fraternal. Fraternal vem de fráter, que significa irmão. S. Paulo diz: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Rm 12.10).

O terceiro aspecto do amor é o erógeno. É o amor de um homem para com uma mulher, e vice-versa, no âmbito do corpo a corpo, praticado entre o casal. S. Paulo diz que o marido deve conceder à esposa este amor; da mesma forma, ela também não pode negar o seu corpo ao marido, ou seja, o casal não pode se negar um ao outro, pois essa é uma necessidade do corpo que tem que suprida no casamento  (1 Co 7.1-6). É melhor faltar comida que faltar sexo no casamento.  Quando um dos cônjuges nega este amor ao outro, sem haver séria razão, é como dar um divórcio; isto sufocará o amor ágape e cordial, e o casamento não subsistirá. Existem muitos casais que estão vivendo de aparência, dormindo em camas separadas, porque não nutriram o sexo em seus relacionamentos. Sobre esse aspecto do amor, o ser humano tem praticado coisas estranhas e avessas à natureza, que, em vez de ajudar atrapalhará no futuro, pois, quem foi viciado no erro não respeitará fronteiras. Tem gente dizendo que dentro de quatro paredes tudo pode. Cuidado com isso. Relações sexuais ilícitas favorece o divórcio, e passará pelo crivo do Juízo divino, se não houver arrependimento (Mt 19.9; 1 Co 6.9-11; Hb 13.4). 

O amor pode nascer, como também pode morrer, por isso precisa ser nutrido. O amor ágape nunca acaba, mas, também precisa ser nutrido para que ele se acenda mais e mais. Graças a Deus que o amor nasce constantemente, às vezes, numa troca de olhares, num afago de mãos, num abraço, numa palavra, no inicio de um namoro, na geração de um filho; até na dor, o amor desabrocha. A cada momento Deus está revelando o seu amor para com suas criaturas, e ensinando que devemos amar como Ele ama.

Em muitos casos, onde o amor estava como que apagado, suas brasas foram abanadas, e ele reascendeu. Vemos sempre em nossa volta amigos que há tanto tempo não se conversavam, mas, de repente se encontraram, e começaram a relembrar os tempos de outrora, e, a cordialidade recomeça; casamentos que estavam a ponto de romper, mas, um dos cônjuges, toma uma iniciativa de mudar, e o relacionamento se refaz; fieis, que estavam frios para com Deus e os irmãos, são tocados pela Palavra do seu Deus, e o primeiro amor vem à tona e, muitos glorificam a Deus.

Observamos que o amor verdadeiro é difícil, pois, muitas vezes, o bem  praticado está destituído dele. Mas, mesmo assim, quem recebe um favor, sem o tempero do amor, às vezes, passa a amar quem lhe ajudou; de modo que, o amor jamais acaba (1 Co 13.8).

Que o Senhor Deus nos encha do dom de amar, e que Ele nos dê a graça de praticar o amor, pois não devemos amar só de palavras, mas, de fato e de verdade (1 Jo 3.18). Quem ama é feliz! 


Pelo Pr. Luiz Dias

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